segunda-feira, 14 de março de 2011

Calouro da Ufac leva promotores do MPF e deputados às lágrimas

O reitor em exercício da Ufac, Raimundo Eulálio Magnésio, disse que em toda sua vida nunca tinha participado de um encontro tão emocionante.

O jovem chorou muito sentado nas escadarias do prédio do MPF; Perpétua Almeida se emociona e também chora/Fotos: Wania Pinheiro
O jovem chorou muito sentado nas escadarias do prédio do MPF; Perpétua também se emociona

As autoridades e os profissionais da imprensa que estiveram naquela manhã de sexta-feira (25 de fevereiro), na sede do Ministério Público Federal, para participar de mais uma reunião sobre o cancelamento do vestibular 2011, da Universidade Federal do Acre, jamais imaginaram que derramariam tantas lágrimas.

O procurador da República Ricardo Gralha Massia e o  chefe da Procuradoria da República no Acre, Marcos Leitão, foram os que mais se emocionaram. Enquanto as lágrimas corriam em seu rosto, Leitão lembrou-se dos tempos difíceis em que estudava para passar no vestibular.

Procurador federal Ricardo Gralha ouve emocionado os relatos da jovem Mariana
Procurador federal Ricardo Gralha ouve emocionado
osrelatos da jovem Mariana
Deputados Toinha Vieira e Jamil Asfury conversam com o procurador Marcos Leitão
Deputados Toinha Vieira e Jamil Asfury conversam
com o procurador Marcos Leitão

A emoção tomou conta do ambiente quando o calouro de medicina Lucas Vieira, 21 anos,  deixou a sala em prantos. A jovem Mariana Moura, 17 anos, que atua como líder dos calouros que lutaram para manter o resultado do certame divulgado este ano, saiu correndo da sala e tentou acalmar o colega, que chamava atenção e emocionava a todos com seus lamentos.

Lucas foi amparado por Mariana e pela deputada Perpétua Almeida (PC do B), que, com a deputada Toinha Vieira (PSDB) e outros parlamentares, vem participando de reuniões com os calouros e autoridades do MPF e da Ufac para resolver a polêmica do vestibular.

O jovem sentou-se nas escadarias do prédio do MPF, entrando em desespero. Ele chorava bastante e dizia ter perdido a esperança de estudar na Ufac. “Nós não vamos conseguir, meu Deus! Tanto que eu estudei”, dizia Lucas em prantos.

A cena arrancou lágrimas de todas as pessoas que estavam no local. Deputados, representantes da Ufac. O procurador Ricardo Gralha chorou muito e fez relatos de sua juventude, quando também viveu o mesmo problema ao enfrentar um concurso público.

O reitor em exercício da Ufac, Raimundo Eulálio Magnésio, disse que em toda sua vida nunca tinha participado de um encontro tão emocionante. “Acredito que ninguém nunca viu isso na história do Ministério Público Federal”, comentou.


Procurador Marcos Leitão, ao lado de Mariana lembrou os tempos difíceis de faculdade
Procurador Marcos Leitão, ao lado de Mariana
lembrou os tempos difíceis de faculdade

Entenda o caso
Acatando pedido do MPF, o juiz Alexandre Jorge Fontes Laranjeira, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, anulou no dia 25 de fevereiro o resultado do vestibular,  realizado no nos dias 14 e 15 de novembro do ano passado.

Na  ação civil pública com pedido de antecipação de tutela, o MPF apontou  ilegalidades no edital quando a Ufac exigiu sem base na lei a validade mínima das carteiras de identidade para menores de 18 anos. Além disso, fiscais não teriam cumprido a   exigência em alguns locais de provas, causando tumultos e insatisfação entre candidatos.

O juiz federal Jair Facundes já  tinha indeferido o mesmo pedido do MPF em dezembro do ano passado. Para ele, a solução seria a “reparação individual”, em dinheiro, “elevada o suficiente para obrigar a Ufac a ter mais zelo no trato com as pessoas”.

Acuada e com medo de ter sérios prejuízos financeiros, a Ufac, em reunião com o MPF, comprometeu-se a preservar os direitos dos cerca de 200 candidatos que não puderam fazer as provas por problemas de documentação, porém teria de submeter o acordo à apreciação do conselho universitário, órgão de maior poder dentro da instituição.

Na semana passada, Facundes, que é da Terceira Vara Federal, decidiu validar o concurso, tornando sem efeito o despacho anterior que obrigava a universidade a suspender a matrícula dos 2.100 estudantes classificados.

A  setença de mérito do magistrado foi baseada no princípio da razoabilidade, segundo o qual não se pode corrigir uma injustiça causando outra de maior proporção.

Diante da decisão, a Ufac, que tinha cancelado o início do semestre letivo,  confirmou o começo das aulas para os aprovados nesta segunda-feira (14), como previa o calendário acadêmico.

A reunião dos parlamantares estaduais com a Ufac e o MPF foi importante para os 2.100 alunos que fizeram o vestibular
A reunião dos parlamantares estaduais com a Ufac e o MPF foi
importante para os 2.100 alunos que fizeram o vestibular
 

 
 Fonte: Contilnet

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