domingo, 10 de abril de 2011

Família deixa o Japão e vem morar no Acre após Tsunami

Dom, 10 de Abril de 2011
O biomédico Daniel Figueiredo Filho é acreano, mas há quase cinco anos morava no Japão onde se casou com a japonesa Naoko Yasuoka com quem tem dois filhos, uma menina de oito anos e um menino que está com quatro meses.

A família morava há 600 quilômetros da cidade de Fukushima que no dia 11 de março foi devastada por terremoto seguido por tsunami.

“Dois dias depois do desastre, quando vimos nos noticiários que aquele desastre afetou as usinas nucleares de Fukushima resolvemos agendar a passagem para ao Brasil porque eu e minha esposa avaliamos os riscos de uma explosão nuclear acontecer e mesmo que estivéssemos distantes 600 quilômetros das usinas, todos no Japão sofreriam com essa explosão”, relembra Daniel Filho.

Treinamentos
A japonesa Naoko Yasuoka conta que ao ver a dimensão dos estragos causados pelo tsunami ficou com muito medo. Ela explica que o terremoto não causa tanto pavor no Japão porque os moradores daquele país são habituados a enfrentar esses abalos sísmicos.

Segundo ela, quem mora no país oriental aprende, desde a infância, como evacuar prédios e como se portar nesse tipo de situação.

“Nas escolas, nas empresas as pessoas aprendem como todos devem se portar quando acontecer um terremoto. Lá os terremotos são comuns, por isso, o Governo ensina técnicas de prevenção”, explica Naoko Yasuoka.

A vinda ao Brasil
Depois que foi anunciada a possibilidade de acontecer vazamentos nos reatores da usina nuclear de Fukushima, Daniel Filho lembra que o pavor foi tomando conta das pessoas que vivem no país.

“São seis reatores e se um explodir, os demais explodem. Diante dessa possibilidade, que até agora ainda não pode ser descartada, resolvemos que seria mais seguro vir para o Brasil.

Conseguimos embarcar no dia 20 de março porque fizemos a reserva de passagens dois dias depois do tsunami, mas quem tenta sair de lá agora enfrenta dificuldades”, afirma o biomédico.

De acordo com Daniel Filho, há relatos de pessoas que enfrentam até três meses de espera para conseguir passagens para sair do Japão com destino a outros países.

Naoko Yasuoka garante que mesmo sendo japonesa não pretende voltar ao seu país. Ela revela que sua família deixou tudo para trás e embarcou para o Brasil com destino ao Acre.

“Só tivemos dois dias para arrumar as malas e vir para o Brasil. Morávamos num apartamento alugado, mas ficou muita coisa para trás. Trouxemos apenas o que era necessário”, diz Yasuoka.

Resposta da natureza
Numa reflexão sobre a tragédia que abalou seu país Naoko Yasuoka é enfática ao declarar que o que vem ocorrendo no Japão e em outras partes do mundo nada mais é que uma resposta da natureza.

“O ser humano colocou o trabalho e a ciência acima de tudo e a natureza está avisando que não é assim. Ciência e religião precisam andar juntas”, reflete.

O biomédico Daniel Figueiredo Filho também acredita que o ser humano precisa ser mais cauteloso ao lidar com a natureza. Ele ressalta que no Japão parte da população não acredita em Deus e vivem apenas para trabalhar e consumir.

“A situação está além do controle dos seres humanos. É um aviso de que Deus é maior. As pessoas precisam acreditar mais em Deus. Hoje, tenho quase certeza que se eu chegar a qualquer cidadão que presenciou a devastação do tsunami e perguntar se crê em Deus, ele dirá que sim”, conclui.

A família que veio do Japão e chegou ao Acre por volta do dia 22 de março volta a se adaptar ao clima tropical do país e tenta, aos poucos, retomar sua rotina a quilômetros de distância de onde viviam.

Fonte: A TRIBUNA

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites