quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Governo do Estado vem a Feijó inaugurar mais Ruas do Povo


O governador Tião Viana e o diretor-presidente do Depasa, Gildo César, entregaram na manhã desta terça-feira, 4, a pavimentação em tijolos de mais três ruas em Feijó, no bairro Zenaide Paiva - no mês de setembro, as três primeiras ruas haviam sido entregues no bairro Geni Nunes.

As ruas entregues pelo governador Tião Viana são a Buriti (871 metros), a travessa Patuá (64 metros) e parte da Travessa Coqueiro (129 metros), totalizando, somente neste ato de entrega, 1.064 metros de ruas completamente pavimentadas.

Ao todo, o governo do Estado pretende entregar aos moradores de Feijó, somente na primeira etapa do programa Ruas do Povo, 14 ruas, o que irá totalizar 3,8 quilômetros. Se o tempo ajudar, a expectativa do presidente do Depasa é que elas estejam prontas até o fim deste mês.
As ações do programa Ruas do Povo ocorrem em Feijó e em mais dezessete dos vinte e dois municípios acreanos. A expectativa é de que na segunda fase o programa possa atender os outros quatro municípios (os mais distantes) que ainda não sofreram nenhum tipo de intervenção do Depasa.

Gildo informou ainda que ainda no mês de outubro o governo do Estado deverá abrir licitação para a pavimentação do restante das ruas programadas no município. Apesar das chuvas, que começam a se intensificar na região, o cronograma de trabalho da primeira fase deverá ser mantido.

A pavimentação de ruas é  mais do que uma simples obra em bairros periféricos dos municípios acreanos. Representa, além do fim do isolamento a que muitos moradores eram submetidos em boa parte do ano, mais cidadania e dignidade à população carente do Estado.

O programa Ruas do Povo é  também um olhar do poder público para uma população que, se não era desassistida, recebia pouca atenção do poder público. É  ainda uma oportunidade de valorização e de melhoria da qualidade de vida na medida em que recupera a autoestima de morar e viver em sua cidade, em seu bairro, em sua aldeia, em sua rua.

“Uma lama só”
O sofrimento era parte do cotidiano dos moradores da rua Buriti. Há cerca de dez anos, o que havia era apenas um varadouro, que na época do verão entrava um trator que fazia uma raspagem, mas deixava os “catombos”. Quem lembra tudo isso é a dona de casa Maria Conceição da Silva, sete anos moradora no local.

No inverno era "uma lama só" e quando chegava o verão ninguém aguentava a poeira. As duas situações extremas a incomodavam muito. No inverno, para sair de casa, somente “beirando o quintal”, e por isso ela praticamente não saía de casa. “Ficava um meladeiro muito grande e sujava tudo”, recorda.

Já durante o verão era a poeira que incomodava. Ela lembra que os moradores chegavam a molhar para amenizar a situação. Por isso, não foram poucas as vezes que Maria da Conceição pensou em ir embora. Não foi somente porque não tinha para onde ir. “Veio gente aqui para comprar minha casa, mas eu não vendi”, disse.

Se não vendeu quando a rua não oferecia as melhores condições, com ela pavimentada ela diz que não vende mais. E conta que já chegou a "enjeitar" R$ 30 mil em sua casa depois que a rua foi pavimentada pelo governo do Estado. É um valor, que segundo Francisca, não paga o benefício que foi feito pelo governo em sua rua.

“Não vendo mais”

Quem também já teve muita vontade de vender a sua casa na rua Buriti foi Maria do Rosário, de 26 anos. “Já pensei em ir embora muitas vezes, mas agora, com essa rua bonita que fizeram, não vou vender mais e não vou mais sair do meu bairro, que gosto muito”, disse.

A vontade de vender a casa e ir embora tem uma razão muito simples: o abandono a que foram relegados há muito tempo fez muitos perderam a esperança de um dia ver sua rua pavimentada. Era o caso de Maria Marlene Gomes, há pelo menos dez morando na rua Buriti.

“Quando cheguei aqui havia apenas três casas e praticamente mais nada. Era só um caminho para andar, e mesmo assim era muito ruim. Para sair de casa no inverno era necessário colocar uma sacola de plástico nos pés”, conta ela.

Por não ter rua para andar no inverno, ela praticamente não saía de casa. Nem ela e nem as crianças. “Quando a gente resolvia sair, tinha que colocar a roupa em um saco e trocava quando chegava no asfalto. Já no verão, a gente vivia com a janela fechada porque era muita poeira. Até os adultos sofriam”, conta.

“Essa rua pra gente é uma alegria”
A valorização dos imóveis e dos comércios ascende naturalmente com o resultado do programa do governo “Ruas do Povo”. Francisco Domingues, 48, conta que comprou seu terreno por um preço muito baixo comparado aos que estão cobrando hoje. “Antes, terreno aqui era tudo a preço de banana, mas hoje, com a nossa rua toda tijolada, é difícil encontrar um terreno barato.”

Não ter mais que enfrentar lama e alagamento nos períodos chuvosos é uma grande conquista para uma parte da população feijoense. Domingues destaca seu sofrimento antes da pavimentação: “Estou com o pé machucado há mais de seis meses, e por conta desse pequeno acidente estou tendo que usar muleta. Há alguns dias fui visitar minha irmã  e naquela tarde choveu bastante. Na volta para casa eu fiquei atolado no meio da rua, sem apoio, até cair. Minha irmã e meu cunhado correram para me socorrer. Graças a Deus agora temos uma rua tijolada, sistema de água e mais qualidade de vida”, reconhece. 

A qualidade de vida aumenta, a autoestima do povo contagia, as crianças brincam com mais segurança e as vendas nos comércios da redondeza só  tendem a disparar. O comerciante, José Evangelista, 43, comenta todas essas melhorias e destaca com alegria as benfeitorias na comunidade com o Ruas do Povo: “Agora, a nossa vida é outra. Até a autoestima do povo aumentou. É uma glória receber esse benefício. Aqui era um lugar isolado. Os terrenos que tinham eram abandonados, ninguém queria morar aqui; comprar, muito menos. A nossa situação era tão ruim no inverno que eu estava para comprar um cavalo, para sair cortando o mato e a lama até chegar ao centro”.

O comércio do Evangelista ainda não tem nome, mas ele afirma que, em breve, pintará  a frase “Confio em Deus”. Segundo ele, a frase vai servir tanto para a conquista da rua quanto para a melhoria das vendas em seu comércio.

A alegria com a realização da nova rua é facilmente encontrada, também no olhar e nas palavras firmes de Antônio Barroso de Melo, 56, um ex-seringueiro que se orgulha ao dizer que nasceu e se criou nas cabeceiras do Rio Envira. Para ele, o tempo ruim acabou. “A nossa vida está bem melhor no comando deste governo. Deus colocou um homem bom para trabalhar por nós. A vida do povo melhorou e essa rua para a gente é uma alegria. Eu só tenho a agradecer”, disse.

Compartilhando sonhos e realizações


Acessibilidade e oportunidade são também conquistas desse sonho. Maria Antônia, 32, mãe de seis filhos, manicura e bordadeira, relembra todas as dificuldades que enfrentou ao chegar, há oito anos, à rua Buriti. "Fui a primeira e única moradora na época", recorda.

“Aqui não tinha rua, tinha um varadouro. Não tinha vizinho, tinha um matagal ao redor. Meu marido e meus filhos sofriam tanto no inverno como no verão. Com o passar dos anos ganhamos alguns vizinhos e passamos a compartilhar nossas dificuldades e sonhos. Reivindicamos melhorias várias vezes, mas nunca fizeram nada pelo nosso bairro. Meu marido cansou de tentar e colocou uma placa de  venda. A placa ainda está aí, mas quanto à venda eu não sei, só sei que daqui eu não quero mais sair. Ainda mais que agora eu consegui uma ajudinha financeira com as clientes fiéis da rua, que gostam do meu trabalho como manicura e dos bordados e crochês”, relata.

Mesmo com as ameaças de chuvas, as obras do Ruas do Povo não param. A equipe do Depasa aumenta esse ritmo para aproveitar o fim do verão e então cumprir a meta de concluir todas as ruas da primeira fase até o fim do mês.

De acordo com Gildo César, catorze ruas foram projetadas para receber a pavimentação e, assim, beneficiar todas as ruas necessitadas de Feijó. “Das 14 ruas projetadas, estamos entregando hoje a sexta rua, já com preparação para outras que estão previstas. A gente está trabalhando firme para que até o fim de outubro - um mês relativamente sem muita chuva - possamos realizar a entrega total desses 3,6 quilômetros de ruas, que totalizam a demanda da primeira fase de Feijó”, disse.

“A segunda fase brevemente entrará em processo licitatório para que possamos, ainda este ano, dar início às obras da segunda fase. Vamos trabalhar, embora seja muito difícil, porque todos sabem - a população de Feijó mais ainda - das freqüentes chuvas que têm caído nesse período”, ressalta o diretor do Depasa.

Ainda com ameaças de chuvas, as obras não param. As equipes estão todas mobilizadas, uma equipe de fiscalização está acompanhando o processo, tentando ganhar tempo para conseguir fazer a entrega de todas as ruas nesta fase.

Pavimentação e saneamento básico integrado
“O Ruas do Povo tem saneamento básico integrado. Nós estamos instalando rede de água já com o sistema de hidrometração com emissão de conta. Esse sistema tem grande importância para a comunidade e para o Estado porque contribui para que o morador fique em alerta sobre o uso consciente da água, evitando vazamentos e desperdícios”, menciona Gildo César.
As obras de pavimentação de ruas estão sendo trabalhadas junto com saneamento básico nas ruas beneficiadas. “Não tem como garantir uma boa pavimentação sem tratamento de esgoto e sem distribuição de água para os moradores. Nosso objetivo é garantir às pessoas o primordial para a qualidade de vida da comunidade, pavimentação e distribuição de água diariamente para todas as casas”, declara.

Comentários
3 Comentários

3 comentários:

Pena não ser asfalto, mas pra quem não tinha nem isso e usava sacola plastica nos pés, vai tijolo mesmo! Tião-tijolo vai tijolar os 22 municipios do Acre, eta Jesus, como ele é legal!! Enquanto isso no mundo real, kd maternidade? kd posto i.n.s.s.? kd núcleo definitivo da u.f.a.c.? e essa agencia da caixa é só em 2012, né? a gente já sabe porque... vão pensando que povo é besta, vão...

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Tô assim muito felizes agora, fui durmi e a rua era de barreiro e maçapê e quando curdei di manhã cidinho já tava tudo cheim de tijôulos da "ruas do pólvos", oh coisa maraviósa, salve santo tião, esse hômi é pourreta dimais di bão!!! Vou agora me filiar no pt, lá só tem gente santa, nunca mais vou misquecê desses tijôulos. Pôu pôu pôu ---- tô soltando fuguete, não tem cumida no fugão nem dinheiro na carteira p/ cumprá pão pus pequeno cumê, mas pelos menas agora as rua tá cheim d tijôulos!! Isso é uma coisa muito ótima.

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